Geógrafo e professor do IFMA defende formação de consórcio, PPP’s, cobrança de pedágio e parceria com a China para construção da ponte “São Luís/Cujupe”. 

Por Professor Doutor Agenor Almeida Filho*

Professor Agenor Almeida

Se reveste de uma importância muito grande a presença do Gov. Carlos Brandão, na comitiva do Presidente Lula, na viagem à China. Em primeiro lugar, fica evidenciado de modo inequívoco, o prestígio do mesmo junto ao Presidente da República, bem como as possibilidades de negócios advindos dessa viagem ao oriente.

 

O Gov. Brandão, seguramente, deverá, a partir das suas ideias e das demandas já diagnosticadas, realizar as tratativas políticas e técnicas, no sentido de garantir investimentos no Maranhão, cujas repercussões serão percebidas a médio e longo prazos.

 

Indubitavelmente, a China além de maior parceiro comercial do Brasil, apresenta tecnologia de ponta e expertise em várias áreas, que podem ser perfeitamente replicadas e adequadas ao Maranhão. Particularmente, com relação à infraestrutura, as obras são bem feitas, mais baratas e com prazo de execução mais curto.

 

Dentre as inúmeras demandas estruturantes que o nosso Estado apresenta, destaco a necessidade da construção de uma Ponte sobre o Golfão Maranhense, ligando a Ilha de São Luís (Praia da Ponta D’areia) ao continente, mais precisamente, ao município de Alcântara. Estudos técnicos apontarão a melhor localização para sua edificação.

 

Considerando que o Governo do Maranhão possui suas prioridades e suas limitações orçamentárias e financeiras, necessário se faz buscar alternativas que venham a complementar o elenco de possibilidades, sem perder de vista as Parcerias Público-Privadas (PPP’s) ou, ainda, a formação de Consórcios, cujos executores teriam isenção fiscal, por um determinado espaço de tempo, assim como um prazo determinado para exploração, através da cobrança de pedágio, por exemplo.

 

Seguem abaixo algumas vantagens da construção da Ponte São Luís-Alcântara, não necessariamente nesta ordem:

 

– Eliminação do martírio histórico, proporcionado pelo falido sistema dos ferry-boats;

 

Fomento do interesse de vários países, inclusive da China, pela Base de Alcântara, por sua localização estratégica;

 

Desenvolvimento de todos os municípios do norte do Estado;

 

Escoamento mais rápido da produção agrícola e do Pescado da Região Norte do Estado;

 

Incremento do Turismo nos municípios da Baixada e Litoral Norte, com a visita às belezas naturais, evidenciadas pela Floresta dos Guarás;

 

– Favorecimento de investimentos na indústria e comércio da área beneficiada;

 

– Encurtamento do tempo de viagem ao Estado do Pará; e

 

– Favorecimento da exploração da riqueza mineral, existente nos municípios do norte do Maranhão, através da facilitação do seu transporte;

 

Certamente, existem outras necessidades no Estado do Maranhão, no que concerne a uma melhor estruturação, porém o Gov. Carlos Brandão saberá fazer as melhores escolhas e priorizar aquelas obras, que marcarão para sempre a sua condição de gestor eficiente e um legado que sempre será lembrado e, no caso particular da Ponte São Luís-Alcântara, a eterna gratidão do povo da Baixada e do Litoral Norte.

 

Feliz e produtiva viagem à China, Gov. Carlos Brandão!

 

* Doutor em Linguística, Geógrafo e Professor Titular do IFMA

 

 

Nota do Editor

Há alguns anos, quando da sua pretensão em ser candidato ao Governo do Estado, o senhor Ricardo Murad, em lançamento de suas propostas de governo, existia um item que vinha de encontra com a proposta do nobre professor Agenor Almeida, ex-prefeito de Mirinzal.

A proposta de Ricardo Murad, versava justamente sobre parceria com China para a construção de uma ponte entre a área da Vila Maranhão ao porto do Cujupe, bem menor e mais fácil de construir. A parceria seria com CCCC a maior construtora chinesa responsável pelas principais obras daquele país e que iria construir o Porto São Luís, em sociedade com a WTorres, mas acabou por não continuar na sociedade.

Não deixa de ser interessante este artigo do professor Agenor Almeida, mas eu particularmente entendo que uma ponte para o Cujupe seria mais viável e mais rápida de ser construída.