O Canabidiol (CBD) é apenas uma das centenas de substâncias encontradas na Cannabis, planta popularmente conhecida como maconha. O plantio, a venda e o uso da folha em seu estado natural, são proibidos no Brasil e em vários países do mundo. No entanto, estudos recentes reforçam que existem alguns componentes que garantem diversos benefícios para a saúde e o bem-estar.
Um deles, denominado (em tradução livre) “Canabidiol e desempenho esportivo: uma revisão narrativa de evidências relevantes e recomendações para pesquisas futuras” foi publicado pela revista científica Sports Medicine. E revelou que o uso do CBD tem efeitos fisiológicos, bioquímicos e psicológicos potencialmente benéficos para os atletas.
“O uso do CBD antes do treino diminui o estresse em aproximadamente 80% e aumenta a concentração na atividade física. Após a atividade, o uso do canabidiol ajuda a diminuir a dor e acelerar a recuperação muscular graças às suas propriedades analgésicas, anti-inflamatórias, regeneradoras e relaxantes da musculatura, eliminando também as câimbras”, explica a médica Maria Teresa Jacob, que trabalha com o tratamento de dor crônica há mais de 20 anos e é atuante em medicina canabinóide.
Vale lembrar que esses benefícios são exclusividade do canabidiol, uma substância retirada da maconha. O uso indiscriminado da planta, em seu estado natural, não garante nenhuma dessas vantagens e ainda pode causar efeitos alucinógenos. De acordo com a Dra. Jacob, os sintomas psicomiméticos da Cannabis estão ligados, principalmente, ao tetrahidrocanabinol (THC) e não ao CBD.
Esse é um dos fatores que motivou a Agência Mundial Antidopagem (WADA) a retirar, em 2018, o canabidiol da lista de substâncias proibidas em competições oficiais, como os Jogos Olímpicos, por exemplo. “Outro ponto importante é que o CBD melhora o sono e, atualmente, está bem estabelecida a importância do sono na regeneração muscular e diminuição do estresse”, reforça a médica.
No Brasil, alguns medicamentos à base de canabidiol já foram liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e podem ser utilizados para o tratamento de dores, distúrbios mentais, doenças neurológicas e outras patologias.
No entanto, o aproveitamento do CBD para potencializar os resultados esportivos, ou para qualquer outra finalidade, depende de avaliação e recomendação profissional. “O uso deve ser sob prescrição médica, feita por profissionais com especialização em sistema endocanabinoide e em cannabis medicinal”, finaliza a Dra. Jacob.
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