A operação mirou agora um general da reserva, um policial federal e militares com formação nas forças especiais, os chamados “kids pretos”.
As prisões ocorreram menos de uma semana após o atentado com explosões na praça dos Três Poderes sobre o qual Moraes e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, anteciparam conclusões que atrelam o episódio aos inquéritos que envolvem Bolsonaro e seus aliados.
Ambos disseram que o atentado não fora um fato isolado e indicaram relações com os outros casos relatados por Moraes sobre ataques às instituições. O pedido de prisão dos cinco suspeitos foi feito pela PF na quinta (14), um dia após o ataque em que um homem se explodiu na frente do STF.
Foram presos o general da reserva Mario Fernandes, os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo e o policial federal Wladimir Matos Soares.
A operação foi autorizada no domingo (17) pelo próprio Moraes, que acumula papel de vítima e juiz do caso e cita ele mesmo ao longo da decisão em terceira pessoa.
Especialistas têm criticado a condução de Moraes de casos que o atingem diretamente sob o argumento principal de que isso afeta a imparcialidade de um juiz.
O desdobramento das investigações, revelado nesta terça, indica que o general da reserva Mario Fernandes elaborou um plano operacional para impedir a ascensão do novo governo. Ele foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro.
Os detalhes do plano golpista estavam redigidos em um documento de três páginas, impresso no Palácio do Planalto na gestão do ex-presidente e cuja execução foi articulada com militares do Exército, segundo a PF.
A investigação cita ainda uma reunião na residência do ex-ministro da Defesa e vice na chapa de Bolsonaro, general Braga Netto, onde a ideia teria sido discutida.
A missão chegou a ser colocada em prática contra Moraes no dia 15 de dezembro de 2022, mas acabou abortada naquela noite com os oficiais já posicionados, de acordo com a PF.
O planejamento foi chamado de “Punhal Verde Amarelo”. Ele definia uma série de procedimentos a serem adotados para viabilizar a prisão ou a morte das autoridades. O documento previa a participação de seis pessoas, uso de armas e granadas e um prazo de duas semanas para a preparação dos ataques.
“Outra possibilidade foi levantada para o cumprimento da Missão, buscando com elemento químico e/ou biológico, o envenenamento do Alvo, preferencialmente, durante um Evento Oficial Público. O nosso Rec (reconhecimento) também está levantando as condições para tal L Aç (linha de ação)”, diz trecho do documento obtido pelos investigadores.
O plano do golpe dizia ser necessário ainda avaliar outros cenários para o assassinato das autoridades, como “tiro à curta, média ou longa distância, emprego de munição e/ou artefato explosivo”.
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