O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou nesta terça-feira que o governo federal e o governo do Rio de Janeiro vão criar um comitê para atuar especificamente na “asfixia financeira e logística” do narcotráfico e das milícias no estado. A medida faz parte, segundo Dino, de uma série de medidas focadas no estado, que passa por uma crise de segurança. As Forças Armadas, segundo o ministro, também apresentaram um plano focado na atuação em portos, aeroportos e nas fronteiras, sem atuação ostensiva nas ruas como a Força Nacional, que chegou ao estado no último dia 15.
— Fizemos ontem uma reunião e decidimos constituir essa equipe mista, chamada Cifra, Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos. Irei na próxima semana para assinar acordo de cooperação técnica que vai normatizar o funcionamento desse comitê.
A expectativa é que o comitê funcione com a atualização conjunta de agentes da Polícia Federal e da Secretária Nacional de Segurança Pública, mas focada exclusivamente em questões de inteligência financeira. À colunista do GLOBO, Miriam Leitão, Dino já havia antecipado que o plano de Dino envolvia a “asfixia financeira e logística” das facções criminosas.
Segundo Dino, a diferença desse plano em relação a outras ações já realizadas pelo Ministério da Justiça nos últimos anos é o seu foco territorial no Rio de Janeiro. O ministro destacou que, no caso do Rio de Janeiro, existe uma institucionalização de fontes de recursos para o narcotráfico por meio de diversas formas de lavagem de dinheiro.
— No caso do Rio, isso é fundamental para combater as narcomilícias, uma vez que há fontes de financiamento institucionalizadas, como distribuição de gás, postos de gasolina, provedores de internet ilegais e assim sucessivamente. Será institucionalizado na próxima semana, possivelmente dia 8. E haverá operações conjuntas nesse sentido.
Dino afirmou ainda que uma reunião realizada nesta terça-feira com o Ministério da Defesa e o da Casa Civil definiu um projeto de maior atuação das Forças Armadas em portos, aeroportos e fronteiras. Essa parte do plano, afirmou Dino, visa a “asfixia logística” dos grupos criminosos que atuam no Estado mas que dependem do contrabando de armas e do tráfico de drogas a partir das regiões fronteiriças.
— Houve a apresentação por intermédio dos comandantes (das Forças Armadas) e esse trabalho que deve ser validado pelo presidente Lula ou não, envolve portos, aeroportos e fronteiras — afirmou.
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