14.jun.2020 (domingo) – 15h37

O governo sul-coreano apelou, neste domingo (14.jun.2020), à Coreia do Norte para que respeite os acordos bilaterais alcançados até agora, depois de Pyongyang ter advertido romper os seus laços com Seul e de ter ameaçado com uma potencial ação militar.

“O governo [sul-coreano] está levando a sério a situação atual e o sul e o norte devem respeitar todos os acordos” que alcançaram anteriormente, afirmou o Ministério da Unificação da Coreia do Sul, em declaração divulgada pela agência de notícias Yonhap.

A declaração do Ministério vem horas depois de Kim Yo-jong, a influente irmã mais nova do líder norte-coreano, Kim Jong-un, e vice-diretora do Departamento da Frente Unida (um poderoso organismo do partido único que gere as relações com o sul) ter defendido a ruptura com o país vizinho e autorizado o Exército a tomar as medidas necessárias.

O direito de realizar a “próxima ação” recai sobre o Estado-Maior do Exército da Coreia do Norte, disse Kim Yo-jong, citada pela agência de notícias estatal KCNA. A irmã do ditador afirmou que “seria melhor tomar uma série de medidas de retaliação do que fazer declarações”.

Como seria a “próxima ação” contra a Coreia do Sul não pôde ser lido do texto norte-coreano salpicado de insinuações. No entanto, Kim Yo-jong aparentemente aludiu à possível destruição do escritório de ligação intercoreano, na cidade fronteiriça de Kaesong. “Uma cena trágica do escritório de ligação norte-sul completamente inútil e em colapso será mostrada em breve”, disse a irmã do governante.

Após a ameaça, o governo em Seul pediu à liderança comunista de Pyongyang que cumprisse todos os acordos bilaterais. A situação foi vista como “muito séria”, afirmou o Ministério da Unificação.

Na sequência da mensagem, as autoridades sul-coreanas realizaram neste domingo (14.jun) uma reunião de emergência entre representantes do Ministério do Exterior, da Defesa, da Unificação e da Segurança Nacional para discutir a situação, e afirmaram que estão acompanhando de perto os movimentos militares no vizinho do norte e que estão preparados para qualquer situação.

Nos últimos dias, a liderança comunista em Pyongyang aumentou o tom das suas acusações contra a Coreia do Sul por não impedir ativistas de enviar numerosos panfletos por meio de balões, através da fronteira entre as duas Coreias. A ação dos folhetos é “um ato de ataque preventivo que precede uma guerra”, afirmou a Coreia do Norte. Os panfletos em questão exigem, na maioria das vezes, a derrubada do regime autocrático norte-coreano.