Por Andrea Murad

O governador Flávio Dino e os seus secretários de Saúde são hilários. Passaram todo o mandato – já se vão quase três anos de governo – com o discurso de que os hospitais de 20 leitos, aqueles do Programa Saúde é Vida, são inviáveis, argumento este que utilizam para justificar a falta de gestão do sistema de saúde, mas logo esquecem quando prevalece os interesses políticos do governador.

Um pequeno exemplo, dentre muitos, é o hospital de 20 leitos de Carolina, obra que foi iniciada na gestão passada e é um dos 70 hospitais municipais do Programa Saúde é Vida. Bastou o interesse político exigir e imediatamente retomaram a obra que estava há mais de dois anos e meio paralisada. E aí, o pequeno hospital municipal, num passe de mágica, deixa de ser inviável. Triste governador que está acabando com o nosso Maranhão. Além de não pagar o custeio de R$ 100 mil / mês, que os 55 hospitais municipais recebiam na época do secretário Ricardo Murad, o governador paralisou as obras dos 15 que estavam em adiantado estado de construção e a conta-gotas, para angariar apoio político, reinicia aquelas que o ajudarão na sua reeleição.

Mas como eu disse, Carolina não é o único exemplo. Quando convém, o governo comunista anuncia recursos para reabertura de hospitais de pequeno porte que o próprio governador abandonou em 2015, a exemplo do localizado no município de Ribamar Fiquene, administrado por prefeito do PCdoB. Assim como a promessa anunciada de conclusão de hospitais municipais como o de Joselândia, sob gestão também de aliado do governo. E mais, a recente inauguração do hospital municipal de Bom Jesus das Selvas, prefeitura administrada também pelo PCdoB. Enquanto isso, outras dezenas de unidades de pequeno porte, sofrem com o abandono do governo Flávio Dino, servindo apenas como barganha para apoios visando as eleições 2018.

Neste Dia Nacional da Saúde, 5 de agosto, precisamos relembrar que o Programa Saúde é Vida, criado e implementado no governo Roseana, sob coordenação do ex-secretário Ricardo Murad, é um divisor de águas na saúde do Maranhão, que prevê uma rede estruturada para um atendimento integral ao cidadão, controlada por uma CENTRAL DE REGULAÇÃO ESTADUAL que hoje deveria proporcionar a todos os pacientes acesso de qualquer unidade em que esteja internado para o tratamento que esteja necessitando. Assim, com um simples telefonema, um paciente de um pequeno município internado no seu hospital municipal terá à sua disposição toda a rede de hospitais regionais, macrorregionais, de alta complexidade e a rede de UTI’s adulto, pediátrica e neonatal estadual. Os macrorregionais de Coroatá, Caxias, Pinheiro, Santa Inês, Bacabal, Timon, Imperatriz, Balsas e Chapadinha são exemplos dessa integração, assim como as 11 UPA’s, o hospital de Alta Complexidade Dr. Carlos Maceira, o Hospital de Câncer e tantas outras unidades.

Queria ver o desespero do atual secretário e do governador, morando em um pequeno município sem um único hospital para poder levar seu filho doente. Só assim veriam como é bom morar na capital e desdenhar de milhares de pessoas que ficam à mercê da própria sorte. Mas ninguém deveria ver o desespero de um filho, chorando, clamando por atendimento, sem nenhuma unidade onde mora, a não ser a dezenas de quilômetros para ser socorrido. A frase que diz “só sabemos quando passamos” não deve existir para quem exerce determinados cargos. Se não sabem o que o povo passa e sofre, que tratem de imaginar.