Prolongar o tempo na cama por mais alguns minutinhos, logo após acordar, ou tirar algumas horas no fim de semana para relaxar, sem fazer nada, é um comportamento comum e sadio. Mas quando o desejo de permanecer deitado é constante, pode ser sinal de um distúrbio: a clinomania. O problema é caracterizado pelo desejo incontrolável de ficar deitado, dormindo ou não. E requer acompanhamento médico.
O diagnóstico não é simples e, geralmente, é feito por exclusão. “Como a clinomania pode ser facilmente confundida com outros males, como depressão e síndrome da fadiga crônica, é preciso fazer uma avaliação cuidadosa do quadro do paciente. Só após concluir que não se trata de nenhuma doença orgânica é que diagnosticamos o distúrbio”, explica Shigueo Yonekura, neurologista do Instituto de Medicina e Sono de Campinas e Piracicaba (SP).
Quem sofre de depressão também pode apresentar dificuldade na hora de sair da cama, mas por conta da melancolia, do desânimo e da falta de energia que são característicos da doença. Já no caso da fadiga crônica, segundo o psiquiatra Sergio Tamai, conselheiro da Associação Brasileira de Psiquiatria, o que contribui para que o paciente permaneça deitado é um cansaço persistente, que vem acompanhado por sintomas como dores musculares, cefaleia e fraqueza.
O clinomaníaco, por outro lado, sente-se muito confortável na cama, tem uma vontade imensa de ficar deitado e pode permanecer assim por dias –principalmente se o tempo estiver chuvoso e nublado– sem sofrer com os sinais clínicos que marcam as outras doenças. Porém, conforme afirma o psiquiatra Almir Ribeiro Tavares, coordenador do Departamento de Medicina do Sono da Associação Brasileira de Psiquiatria, a clinomania pode se estabelecer em associação com outras doenças.
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