Novamente o presidente do Senado, José Sarney, integra a lista dos 100 parlamentares mais influentes do Congresso, ranking do qual nunca esteve fora nos últimos 18 anos, desde que o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) realiza essa tradicional pesquisa, ouvindo jornalistas, cientistas e analistas políticos, senadores, deputados e assessores do Congresso.
Neste ano, o presidente do Senado é o terceiro entre os 100 “Cabeças do Congresso”, na categoria formador de opinião, antecedido pelos deputados petistas Marco Maia (SP), presidente da Câmara e Cândido Vaccarezza (SP), líder do Governo. São parlamentares que se destacam “pela real influência no processo decisório e sobre os atores nele envolvidos”, aponta a entidade sindical.
Há 11 anos o senador Sarney está entre os 10 mais influentes do Congresso e, com 35 votos dos colegas, galgou um degrau em relação ao ranking do ano passado, quando foi o quarto. Sessenta e dois deputados e 38 senadores são apontados como os 100 “Cabeças”. PT e PMDB são os dois partidos com maior número de parlamentares na elite do legislativo. O PT, com 27 nomes, e o PMDB, com 14, seguidos pelo o PSDB, com 13 nomes. A consulta aos parlamentares aconteceu entre os dias 26 de outubro e 1º de dezembro, tendo votado 65 congressistas, sendo 43 deputados e 22 senadores. O resultado final da pesquisa foi divulgado nesta terça-feira.
A pesquisa
Conforme o Diap, o resultado da consulta – que indicou representantes das cinco regiões do país – foi equilibrado em termos de peso político entre situação e oposição; valorizou a posição institucional do parlamentar – todos são líderes e presidentes das Casas do Congresso.
Entretanto, se a posição ocupada (cargos formais ou informais) e a reputação usufruída entre os colegas são fundamentais para o ingresso neste clube restrito, ela não é exclusiva, explica o Diap, sobre as características dos “Cabeças”: “O saber, o equilíbrio, a prudência, a credibilidade e a respeitabilidade, ao lado da experiência, são atributos que credenciam um parlamentar perante seus pares e abrem caminho para influenciar no processo decisório, inclusive na definição da agenda. A imprensa, igualmente, possui papel decisivo na projeção desses parlamentares”.
É preciso também, além do cargo formal, prossegue documento do Diap sobre sua pesquisa, que o parlamentar exerça alguma habilidade, “que comprovadamente influencie o processo decisório, seja na bancada partidária, na comissão, no plenário, nas decisões de bastidores ou até mesmo em fóruns informais, como as frentes ou bancadas de interesse.”
Para a classificação e definição dos nomes que lideram o processo legislativo, o departamento intersindical adotou critérios qualitativos e quantitativos que incluem aspectos chamados “posicionais” (institucionais), “reputacionais” e “decisionais” – métodos aceitos pelos cientistas políticos, informa o Diap. O critério institucional e definido pelo o vínculo formal ou o posto hierárquico ocupado na estrutura de uma organização; o reputacional, a percepção e juízo que outras pessoas têm ou fazem sobre determinado ator político; e o decisional, a capacidade de liderar e influenciar escolhas.
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